segunda-feira, 29 de junho de 2009

Perfill do Estudante Digital


O objectivo desta actividade foi perceber qual a influência das tecnologias digitais sobre as gerações mais jovens. Para tal, foi necessário definir o perfil do estudante digital.
A rápida evolução da era tecnológica, provocando uma mudança nos contextos sociais e culturais, trouxe consigo mudanças fundamentais nos hábitos e padrões de comportamento dos jovens, modificando a forma de pensamento e processamento da informação e, como alguns médicos já afirmam, “mudanças físicas dos seus cérebros”.
Estas modificações são visíveis nas mais diversas áreas:
· A linguagem é simplificada, abreviada e com “emoticons” substituindo as cartas pelo telemóvel, email, chats, sms;
· A utilização da internet é fundamental. Serve para trocar informações e contactos, comprar e vender, marcar encontros, jogar e pesquisar. Comportamentos são adoptados em função da internet;
· Possuem uma grande capacidade de coordenação online, visível na preferência de jogos com múltiplos utilizadores;
· Utilizam uma panóplia de ferramentas para construir a sua própria aprendizagem, procurando informação não filtrada e variada;
· A sua socialização é sobretudo online, estando sempre inseridos em redes sociais de informação;
· Um uso quase instantâneo da informação, a facilidade de processamento de tarefas paralelas e multitarefas, o acesso aleatório à informação (como o hipertexto) e um melhor funcionamento em grupo;
· Testam e transgridem os seus limites quando estão online, como o fariam na vida real.
Obviamente, que estas novas características obrigam à introdução de novas metodologias e conteúdos no processo educativo. Os professores – emigrantes digitais, tem de perceber as transformações irreversíveis que as tecnologias digitais estão a provocar nesta geração, definida como nativos digitais. Esta mudança de metodologia não será a partir do “zero” mas através da adaptação à linguagem e processos usados pelos nativos digitais. A utilização da internet, com as suas redes sociais, os blogues, os mundos virtuais e outros, são ferramentas que prometem muito para o processo de ensino-aprendizagem, embora a metodologia da sua utilização ainda dê os primeiros passos. Seguramente, é uma área onde os actores do processo educativo deverão investir mais, em particular, quem tem maiores responsabilidades nestes processos de mudança.
Num curto período de tempo, a tecnologia mudou radicalmente o comportamento de uma inteira geração e, por vezes, de um modo inesperado. Resta aos pais e professores aprender o máximo sobre estes novos comportamentos.
“Our students have changed radically. Today’s students are no longer the people our educational system was designed to teach. Today’s students have not just changed incrementally from those of the past, nor simply changed their slang, clothes, body adornments, or styles, as has happened between generations previously. A really big discontinuity has taken place. One might even call it a ’singularity’ - an event which changes things so fundamentally that there is absolutely no going back. This so-called ’singularity’ is the arrival and rapid dissemination of digital technology in the last decades of the 20th century.” (Prensky, 2001)
No entanto, como refere Owen (Owen, 2004), talvez esta seja uma visão tecnologicamente determinista. Reconhecendo uma profunda transformação provocada pelas tecnologias, nega a descontinuidade que fala Prensky. Prefere chamar a atenção para a personalização em larga escala: a possibilidade de manter a diversidade para quem encontra a tecnologia de muitas e variadas maneiras. Ou seja, a utilização da tecnologia não é feita de um modo padronizado pelos adolescentes: por exemplo, enquanto uns alunos não se separam do telemóvel, outros pouco lhe ligam na escola (também nos podemos lembrar do tempo que passávamos ao telefone quando éramos adolescentes, para desespero dos nossos pais…). E, nunca os alunos tiveram tantas actividades extracurriculares (desporto, música, dança, etc) como actualmente. A imagem da criança e do adolescente sempre agarrado ao telefone e à internet, talvez seja exagerada.

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